Adelly Constantini estrela seu primeiro solo Infantil em uma apresentação de circo contemporâneo
Por Isabel Côrtes
Será sonho ou realidade? O espetáculo “Onde Eu Guardo um Sonho”, estrelado pela artista Adelly Constantini e apresentado na última sexta feira (11), no Teatro Prudential, nos leva à infância brincando com o imaginário. A peça de circo contemporâneo, voltada para o público infantil, começa com a personagem acordando em um parquinho, entre o sonho e a realidade.
O Teatro foi envolvido por gritos animados e pela correria das crianças desde a abertura das portas. Com o início da apresentação, já se sentia o conforto e a delicadeza que o espetáculo transmitia. Já em sua primeira aparição, a artista foi reconhecida pelas crianças na plateia, que gritavam seu nome. Podíamos quase enxergar a resposta em seus olhos. Não eram necessárias falas para que se compreendesse o sentimento que transbordava do palco e atingia uma plateia fascinada. Crianças, adultos, idosos, não havia uma pessoa que parecesse não se envolver.
De diferentes maneiras, o que sentimos foi um cheirinho de infância. Com acrobacias e danças, Adelly consegue tornar tudo natural a ponto de resgatar a criança dentro de qualquer pessoa. Desprendidos de idade e próximos ao coração, éramos envolvidos pelo imaginário, capazes de enxergar uma guerra de travesseiros, uma cabaninha de lençóis, ou um pula pula na cama de almofadas. A cada queda, já se esperava o grito de uma criança, até mesmo de um adulto. Risadas que contagiavam e traziam a nostalgia do que passou e de tudo que ainda podia ser resgatado.
A música ao fundo trazia sua própria história. Sininhos tocavam durante boa parte da apresentação. Ouvia-se o som de uma caixinha de música e, de olhos fechados, podíamos imaginar uma bailarina rodopiando. Eram mergulhos, quedas, passeios flutuantes pelo espaço. Na plateia, víamos crianças que balançavam junto com a artista e reagiam a cada cena: “Vai cair daí! Que coisa mais maluca!”, elas diziam. Em uma das músicas, pais e filhos dançavam juntos, crianças quase invadiam o palco e todo o teatro se transformava em uma pista de dança, enquanto, ao fundo, o verso “Que o amor não passe de mágica” ecoava pela sala.
Almofada por almofada, o trepa trepa se transformava em uma cama e fomos levados a um silêncio. Penas caem do céu, como neve e, em sua cama flutuante, a criança volta a dormir. Ou talvez, como “num passe de mágica”, um adulto desperte de seu sonho de criança.
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