Mulheres incríveis abrem o primeiro debate de sexta do FIL 2019
Por Eduarda M. Knack
“Sem as mulheres não teríamos leitores."
A II Jornada da Literatura Infantil e Juvenil que aconteceu na manhã do último dia 11, sexta-feira, no auditório da CPM da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, abordou a importância da mulher na formação do público leitor. “A importância do acesso às leituras é muito grande e não temos muita dimensão do quanto isso é significativo” ressalta Ana Crélia, mediadora do debate.
Após uma chuva de aplausos, Marina Colasanti dá início ao debate com uma reflexão sobre a figura da mulher na literatura: “Sem as mulheres não teríamos leitores. Nós, com nossos peitos, com nossas ancas, somos o ponto físico dos livros quando os livros nem existiam.”, comentou a escritora.
"Todo mundo sabe o nome dos irmãos Grimm. Eu quero saber quantas pessoas sabem o nome da maior fonte dos Grimm: Dorothea Grimm."
Colasanti também fez uma provocação sobre o reconhecimento dos escritores que deram origem à grande parte dos contos de fadas: “Todo mundo sabe o nome dos irmãos Grimm. Eu quero saber quantas pessoas sabem o nome da maior fonte dos Grimm: Dorothea Grimm. Ninguém sabe o nome dela e ela foi a maior fonte reconhecida dos Grimm”, constatou a escritora.
Depois de breves depoimentos e agradecimentos, o evento deu espaço para questionamentos do público, o que possibilitou o aprofundamento das questões abordadas. Nesse tempo, uma questão foi levantada: E a internet? O quão positivo seria o seu uso na literatura? Segundo Marina Colasanti, a internet possibilita um intercâmbio de ideias entre jovens poetas e leitores, entretanto abriu portas para o surgimento dos influenciadores (“youtubers” como ela mesmo disse) que se aproveitam para fazer criticas a livros sem base teórica, logo deixando um futuro leitor sem uma boa opinião do que seria a obra criticada. Nilma Lacerda também pensa semelhante, para ela a internet é sim um lugar em que podemos usar ferramentas para melhorar as maneiras de ensino, porém deve ser usada com cautela.
Antes de o evento encerrar, Elizabeth Serra falou um pouco a respeito de censura na literatura e, além disso, também ressaltou a importância do diálogo. Segundo ela, histórias não devem ser censuradas, Marina Colasanti completou seu argumento: “Como cidadã, sou totalmente contra qualquer tipo de censura”, ela afirmou.
Por fim, o evento terminou com mais uma chuva de aplausos e uma forte onda de emoções. “Diante de Marina Colasanti ou da Laura Sandroni nos sentimos como se estivéssemos diante de alguém imortal, alguém irreal até. Então para a gente é um momento importante, porque vemos se concretizar também através da fala, do depoimento delas, aquilo que já fazemos em sala de aula com os alunos”, disse emocionada Simone de Sousa Monteiro Fernando, professora do ensino fundamental e médio das redes municipais e particulares de ensino de Teresópolis e aluna do Profletras da UFRJ.
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