Como uma alternativa para fugir da mesmice do feriado do dia das crianças (12/10), Sonhos de Papel surge como um passaporte para qualquer lugar
Por Carlos Azevedo
Uma pilha de livros e dois atores. Assim se dá o cenário da maravilhosa peça Sonhos de Papel, que foi exibida no segundo fim de semana de outubro (dias 12 e 13) no Centro Cultural Sérgio Porto, no Humaitá, pela 17º edição do FIL (Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens).
Diferente das histórias que circulam pela cultura pop mundial, onde o personagem é o principal história, Sonhos de Papel faz algo pouco visto até então que é utilizar o objeto como figura central da história, no caso o livro. Os dois atores, que se comunicam na base do olhar e da linguagem corporal, tem uma conexão muito doce de assistir, o carioca Frederico Araújo (Fred) e a belga Amel Felloussia dão um show.
A diretora Chloé Sadoine, deixou o público bem à vontade dizendo que poderia ficar, levantar, não teria problema, até mesmo para pequenina Lina de 2 anos que estava assistindo com a sua mãe Mariana. O público ficava sentado ao chão confortavelmente com a famosa “perninha de chinês”, com o palco no mesmo nível. Com um toque de cinema mudo, o espetáculo tem por volta de 50 minutos de muita originalidade, fisicalidade e um jogo lindo de som e luz. Tempo esse que aflora ainda mais a doce e inocente imaginação das crianças e traz de volta essa imaginação esquecida nos adultos.
Ao final da apresentação Mariana, mãe da Lina, falou um pouco sobre a importância da cultura para a criação da sua filha: “Acho importante a introdução à cultura desde nova, ainda mais em algo tão importante como a linguagem corporal. Sair da mesmice das histórias, colocá-la em outro contexto, em outras narrativas. Tudo bem sentir medo do escuro (luz da peça), tudo bem se sentir triste com alguma história. Fazer com que ela aprenda comigo e cedo o que ela aprenderia em qualquer outro lugar e em qualquer outra etapa da vida”, ela disse.
A simplicidade de Sonhos de Papel é a principal carta da apresentação. Ela nos mostra como os livros são capazes de nos levar a qualquer lugar sem sair de onde quer que estejamos, seja para um pesadelo ou uma ilha deserta. A 17º edição do FIL recebeu mais uma incrível obra.
Comments